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Texto de: J. R. Góes Baretta de Ibitipoca (Reprodução permitida apenas com autorização do autor, e citando-se a fonte)
A Serra de Ibitipoca, em Minas Gerais, é ainda muito mais do que o Parque Estadual que ela abriga. Sem dúvidas, o Parque com seus 1488 hectares de exuberante beleza natural preservada pelo IEF, é como um brilhante precioso e raro. Mas esse brilhante faz parte de um conjunto maior, que é a “jóia” geográfica formada pelo entorno da Serra.
As adjacências do vasto município de Lima Duarte, que contém Ibitipoca, fazem a composição de roteiros ecoturísticos variados.
Além do “Circuito Serras de Ibitipoca”, que conta com outros municípios circunvizinhos, pode-se visitar, por exemplo, Sta.Bárbara e também o Funil, com cachoeiras, mirantes e povoados na Serra Negra, em direção a Rio Preto.
As Cachoeiras do Arco Iris em Monte Verde, voltando a Lima Duarte, fazem um cenário de sete enormes quedas paralelas de águas cristalinas, a 18km do centro da cidade.
Já na direção de Olaria (a 5 Km), a Cachoeira do Sossego oferece chalés, restaurante e bar, onde são servidos trutas e outros acepipes.
Artesanato, arte popular, folclore e história encontram-se no distrito de Manejo, cujo nome refere-se ao remanejamento de tropas imperiais contra liberais republicanos em 1842.
Diversas fábricas de laticínios oferecem desde o tradicional Queijo Minas, até diferentes tipos de Parmesão, Reino, Mussarela, Cavalo, além das “quitandas”e doces caseiros.
E na saída de Lima Duarte para Ibitipoca tem o Armazém de Minas, com cachaçaria, torresmo especial e outros tiragostos. Destacam-se as cachaças “Ybitipocana” e “Ibitipoca Ouro”, com coleção de rótulos que estampam a fauna, flora e paisagens mineiras. Em frente, há o Centro de Informações Turísticas com indicações de vários atrativos do município.
Na subida para Ibitipoca, para quem vai durante o dia, a Praia do Salto, com corredeiras, quiosque, sombra e água fresca, é uma boa parada.
Mais adiante, após extensa alameda de eucaliptos, no casarão antigo dos Fontes, tem cozinha mineira, pão de canela, gente amiga, sinuca e ducha para refrescar. E a dona Eleusa organiza subidas a cavalo até Ibitipoca, passeando pelas paisagens das Cachoeiras das Andorinhas. Não é uma boa idéia? Ou pode-se parar para ouvir bons “causos” no Muskito Elétrico, e ainda ali comprar um frango ou pato caipira abatido para levar.
Na encruzilhada para S. José dos Lopes, no Balaio de Gato, outras opções: mais uma prosa com pingas da roça, quitutes e pães da proprietária Elaine. Ou uma visita rápida ao arraialzinho dos Lopes (1 km).
Começa então a subida da serra. Ir devagar é prazeroso, poupa o veículo, e a paisagem é linda! Na última e grande ladeira, no topo da “Cruz das Almas”, avista-se de repente o vilarejo de Conceição de Ibitipoca (de pouco mais de 1.400 habitantes).
A 1.400m de altitude, já não há calor, e a brisa fresca anuncia o bem estar e a alegria. Alegria de se estar em um lugar sem o “stress” das grandes cidades, com clima ameno e gente bonita.
Uma vila com mais de 300 anos de História, que com sua tradição de hospitalidade, oferece excelentes pousadas, campings, e mais de trinta casas mobiliadas com conforto, que você pode escolher e alugar. Basta reservar com a Juçara da Casa D'Ibitipoca Rede Lazer e Ibitipoca PromoTur Central Network, (Tel. 32-32818135 e 32-84056243).
Naquele mesmo alto da primeira vista da vila, na chegada, é possível visitar o Hotel Alphaville, com muitas opções de lazer, e agora, com uma parada proveitosa no Casarão da Venda do Sr Adilson, empório, arte e antiguidades mineiras.
Pouco mais adiante há a Pousada Vale do Sol, e a Repousada Chalés, também ótimas opções de hospedagens.
Mais 1Km, a vila: relaxe, você já chegou em Ibitipoca. Por que não sentar em uma das mesas do Restaurante Ibitilua & Cleusa’s Bar para beber algo gelado? Ou quente! Na mesma calçada, em frente à Padaria Ibitipão, tem a culinária caseira do Tia Tonica, ou um lanche na Pastelaria da Serra.
No trevinho que divide os caminhos entre o Parque e o centro da Vila, O Açaí na Serra é boa opção de alimentação e música ao vivo. E em frente, tem a Pizzaria Serra Nostra, ao lado de diversas lojas de artesanato que sobem pela rua principal. Pizza boa e mesas de bilhar com som ambiente também em frente à igrejinha do Rosário, na Pizzaria Serra Grande.
Mais ao centro tem gastronomia e arte com os chefs Pedro e Joana na Gula do Lobo, e sorvetes de sobremesa na mercearia São Geraldo. Música da terra tem no bar do Oscar com sanfona e viola atrás da Igreja Matriz N. S. Conceição de Ibitipoca (1768). Experimente também sabores da serra no Varandas, restaurante típico mineiro com comida caseira de fogão a lenha.
Que tal uma boa cerveja? Afinal, nem é mais necessário dirigir. Peça ao Sr. Vicente da Mercearia Fortes, “Onde os Preços são Fracos”, slogan criado por ele. Procure conhecer o arraial, você vai gostar. Converse com moradores e donos de bares. Há muita história para se escutar.
Conheça o Bar do Zé do Arame, seu Antônio artesão, as casas de artesanato, as cozinhas caseiras, e familiarize-se com o lugar. Outra boa pedida de almoço é na Pousada de D. Balduína. Na ponte, ao lado do posto policial, mais lojas de artesanato e casa de lanches. Não se pode esquecer da boa culinária caseira de D. Zélia, no “complexo Zé do Arame”, e também o caminho para o parque com as típicas “quitandas mineiras”.
Para roqueiros, a noite “underground” é no Bar do Firma. E na madruga, conveniências e garrafas, é com o sr. Eduardo, no Empório da Serra. Aos que preferem alugar casas e produzir o churrasco, ou jantar em família, o açougue R&L serve carnes, além de outros gêneros alimentícios, como hortaliças, frutas, etc. E agora há a Cachaçaria R&L no "Portal da Serra", onde também funcionam restaurantes, artesanatos, Lan House, a agência de receptivo turístico IBITIPOCA TRILHAS E AVENTURAS e a PASTELARIA IBITIPOCA.
O mercado Ibralândia serve para compras gerais. Veja a lista e o mapa de todo o comércio ilustrados em outro tópico.
Vamos à Serra e seu entorno. Esse trajeto de águas abundantes e puras dispõe de centenas de opções entre cachoeiras, prainhas naturais, corredeiras, grutas, mirantes, e outros atrativos.
No Parque Estadual, orquídeas e bromélias são marcantes entre as candeias, pedras e solo branco de areia quartzífera, compondo um cenário de sonho colorido. Matas de galeria, abrigam diversificada fauna que se refugia intocável e protegida.
O Parque é uma unidade de conservação (U.C.) e o IEF-MINAS preserva com eficiência uma das mais ricas biodiversidades do planeta. Lá, o centro de visitantes informa sobre o regulamento interno e diversas curiosidades. Aliás, é sempre melhor contratar um guia credenciado.
Existem reservas particulares abertas para visitação com monitores ambientais habilitados. Outros programas são agendados pela Casa do Turista, como por exemplo, visita para as quedas da “janela do céu”, por fora do Parque (14km).
Muitos roteiros são traçados nessa região. O estado de Minas Gerais instituiu, desde 1999, uma política pioneira para o turismo, criando os vários “Circuitos Turísticos Mineiros”. Reunindo municípios vizinhos com afinidades históricas, sociais e econômicas, objetiva consolidar suas identidades culturais para desenvolver o turismo sustentável, proporcionando emprego e renda para as populações envolvidas.
O “Circuito Serras de Ibitipoca” neste contexto compreende os municípios de Lima Duarte, Bias Fortes, Ibertioga, Santana do Garambéu, Pedro Teixeira, Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto e Bom Jardim de Minas.
Além de todos os atrativos naturais, as festividades religiosas dessas pequenas cidades promovem muitas manifestações folclóricas. Estas se apresentam de acordo com suas tradições, variando conforme as datas comemorativas .
Pode-se assistir a danças e coreografias ritmadas de “congadas”, “reisados”, ou “moçambiques”, por exemplo. Tais espetáculos de muita cor e som, com fantasias, paus e cordas, marcam a herança histórica do sincretismo religioso afro-católico brasileiro.
No mês de junho os “arraiás” ensaiam suas quadrilhas para dançar nas festas dedicadas a Sto. Antônio, São Pedro e São João, animadas por violas, sanfonas, fogueira e quentão. Destaque para a festa de Santo Antônio no Sítio da Dona Miúda e “seu” Zé Walter. Em julho, o Festival de Carros de Boi é a atração principal da cidade de Ibertioga.
Na semana santa, em Ibitipoca, a comunidade encena, às vezes, o ato da sexta-feira da paixão, com vários atores vestidos em figurino de época. Representando as dramáticas cenas do sofrimento de Jesus Cristo a caminho do Calvário, a extensa procissão culmina com a crucificação.
Já no domingo de Páscoa, à noite, apresenta-se um pitoresco evento do costume popular da serra: antes da queima do Judas, (que em outras localidades acontece no sábado de aleluia), a população ibitipoquense se reúne na rua para ouvir em versos todos os fatos que foram “notícias de destaque”, desde a última Páscoa. É como uma “lavação de roupas sujas” em praça pública, para se “expurgarem” as mazelas sociais do ano.
Todos se divertem rindo de todos. Mas quando chega a vez de cada um ouvir a crítica que lhe é dirigida, não vale perder o humor, o que nem sempre acontece.
Felizmente tudo acaba em festa e forró.
Como se pode constatar, Ibitipoca não se resume apenas a passeios no interior do Parque. (Maravilhosos, por sinal).
Estes roteiros e festas aqui citados, são uma pequena referência a eventos e programas, entre muitos outros que devem ser registrados.
A Ibitipoca PromoTur Network Central Informação vem, há anos, coletando e arquivando imagens, depoimentos, e textos sobre a Serra de Ibitipoca, com sua história e sua gente. Atualmente está compilando seus arquivos para uma produção de audiovisual, realizando assim um desejo em parceria com colaboradores. O produto final desse trabalho resultará em um informativo mais abrangente e detalhado que veiculará em nossos sites (www.ibitipoca.info - www.ibitipoca.in - www.ibitipoca.net.br - www.ibitipoca.org ), além de outros meios de comunicação, como a IBITIPOCA REVISTA e o JORNAL IBITIPOCA.
Aguardem.
J. Baretta Góes
INFORME-SE AQUI SOBRE IBITIPOCA
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IBITIPOCA: O POVOADO QUE FICOU
ESQUECIDO NO TEMPO...
MAS DEPOIS RETOMOU E AVANÇOU.
(Texto integralmente produzido por autoria de José Roberto
Góes Baretta de Ibitipoca – Todos os direitos reservados)
Muito se tem investigado sobre as diversas mudanças sociais
que o turismo causa em pequenas comunidades quando são descobertas por seus
atrativos naturais e antropológicos. Seja pela natureza à volta de algum vilarejo
antes desconhecido ou pouco visitado, ou seja pela oferta de seu artesanato e
outros produtos culturais típicos, por exemplo.
No alto da Serra de Ibitipoca, que é uma ramificação do
maciço da Mantiqueira, no sudeste do estado brasileiro de Minas Gerais, a
pequena Vila de Conceição de Ibitipoca vem se modificando desde a chegada do turismo no início da década de 1970.
Por suas dezenas de cachoeiras, grutas, lagos e piscinas
naturais de águas cristalinas, matas nativas que abrigam fauna e flora diversas
e raras, em meio a campos verdes, floridos e rochosos que levam a mirantes com
altitudes superiores a 1.700 m, a Serra de Ibitipoca sempre despertou a atenção
de cientistas, pesquisadores e visitantes em busca de
lazer.
Em 1973 foi criado pelo estado de Minas, no alto dessa serra, o
Parque Estadual do Ibitipoca, com 1488ha de exuberante beleza natural.
Além do parque, a simplicidade típica
mineira dos habitantes daquele arraialzinho de Conceição de Ibitipoca, dos idos
anos 70, do século XX, cativava os novos
visitantes que se deslumbravam com a enorme hospitalidade de um povoado,
até então esquecido naquelas montanhas, desde 2 séculos atrás. Ibitipoca já havia
sido no passado distante, nos séculos XVII e XVIII, cenário da corrida de
aventureiros, os bandeirantes, que adentraram as matas do interior das “Minas
Geraes”, iniciando o “ciclo do ouro” no Brasil, colônia de Portugal na época.
Registros históricos do Arquivo Público Mineiro e da Biblioteca Nacional
atestam que, Ibitipoca foi um dos caminhos do ouro que levava esses
desbravadores para a capital das Minas, Vila Rica, hoje Ouro Preto. A serra abrigava
naquele tempo uma população de “mais de 5 mil almas”, contando com escravos,
índios, mineradores e comerciantes.
Esvaziada depois do ciclo do ouro, que culminou e terminou
com episódio da história do Brasil denominado “Inconfidência Mineira”, Ibitipoca
tornou-se então um pequeno povoado esquecido na região, até a chegada dos primeiros turistas da década de 70 do
século XX. Estes eram jovens sonhadores, estudantes ou
professores que buscavam outros preciosos valores já deteriorados nas grandes
cidades: o ar e as águas puras das montanhas, com toda sua riqueza natural,
além de novos amigos que recebiam esses visitantes com braços e portas abertas.
A Vila de Ibitipoca tinha nesse outro momento histórico 40 casas apenas, em
1974, e a população não passava de 300 habitantes.
Depois desses pioneiros turistas das
décadas de 70 e 80, que muito interagiram com os habitantes da serra naquela
época, Ibitipoca foi traçando seu futuro em direção a um novo ciclo
econômico, o do turismo sustentável, e mais especificamente o ecoturismo. Com a colaboração de vários daqueles que iniciaram esse turismo
na serra, e com alguns deles já fixando residência ou casa para fim de semana
na vila, os antigos moradores se juntaram a esses novos ibitipoquenses
fundando, em 1993, uma entidade de defesa da Serra de Ibitipoca para que fossem
determinados parâmetros de um crescimento ordenado e saudável para Ibitipoca e
seu entorno. Assim foi criada a AMAI – Associação de Moradores e Amigos de
Ibitipoca que entre alguns outros êxitos conseguiu elaborar e aprovar o seu
“Plano Diretor de Organização Territorial e Desenvolvimento do Turismo em
Conceição de Ibitipoca”, sancionado pela Câmara Municipal de Lima Duarte, sede
do distrito de ibitipoca.
Se no passado distante o ciclo do ouro ocasionou a corrida
caótica e destruidora da natureza e de seres humanos desprovidos de títulos das
terras naquele século XVIII, Ibitipoca agora, com seus
moradores e amigos da serra, se preocupava em impedir uma nova corrida
predatória, caso não se estabelecessem as diretrizes para um turismo com
sustentabilidade. Assim Ibitipoca começava já na década
de 1990 a se organizar para que esse novo período econômico fosse
produtivo, mas sem agredir o meio ambiente e em consonância com os anseios
locais, preservando a cultura da serra.
Há de se reconhecer que para que o turismo não se expandisse
em maior quantidade do que a recomendada para a conservação desse paraíso
ecológico, Ibitipoca teve e tem até hoje a cooperação de técnicos e cientistas
que por meio de estudos sérios sobre os possíveis impactos socioambientais, ajudaram
a se estabelecerem normas e a formarem consciências de turistas e moradores no
sentido do uso correto e da conservação da serra. Neste ponto podemos citar
vários trabalhos das Universidades Federais de Juiz de Fora (UFJF), de Viçosa
(UFV), de Lavras (UFLA), de Minas Gerais (UFMG), dentre outras instituições.
Citamos também a Fundação João Pinheiro que elaborou junto à comunidade o seu
plano diretor.
Muito importante foi e é até hoje a ação reguladora
permanente do órgão gestor do Parque de Ibitipoca, o Instituto Estadual de
Florestas de Minas Gerais (IEF-MG). Se não fosse a rígida atuação deste órgão
do estado, o parque estaria sujeito a sobrecargas constantes, com superlotação
em períodos de alta temporada, como por exemplo nos feriados prolongados. A
limitação de visitação ao parque foi estabelecida no ano de 2001, em 300
ingressos de terças a sextas-feiras comuns e em 800 ingressos nos fins de
semana e feriados. Além disto, algumas trilhas e atrativos turísticos foram
temporariamente interditados, conforme necessidade de manutenção e recuperação
de seus ecossistemas.
Hoje Ibitipoca tem, aproximadamente, 1.500
habitantes. A vila, como se pode constatar,
cresceu mas segue um planejamento onde um padrão arquitetônico se faz notar,
com a característica predominante de seu tradicional “tijolinho aparente” e com
telhados de cerâmica ao invés de lajes e telhas de zinco, comuns em outras
vilas já descaracterizadas, infelizmente. E tem também as janelas e portais de
madeira, como a dos casarios antigos da época colonial, citando a história
mineira.
É óbvio que o crescimento populacional foi e ainda é
inevitável. Mas este crescimento não se deu apenas pelo acréscimo de novos moradores que vislumbraram viver em Ibitipoca e
trabalhar investindo no comércio local, mesmo que só tenha movimento em
finais de semana e feriados. Ibitipoca cresce principalmente porque, ao
contrário do êxodo rural que ocorria antes do turismo, agora os filhos da terra desejam ficar e investir em seus
patrimônios legitimamente herdados de suas famílias ibitipoquenses. Com
isto a autoestima das pessoas nascidas na serra, sejam jovens ou idosos é
elevada e a população sente orgulho em ser atuante na conservação de seus maiores
patrimônios: a natureza e cultura local.
Hoje é o próprio cidadão da Serra de Ibitipoca que se torna o
maior fiscal e protetor desse seu patrimônio. Além do IEF e da polícia
ambiental fiscalizarem e protegerem o meio ambiente, os moradores também
participam ativamente desta proteção, denunciando qualquer possível ameaça que
venha a colocar em risco a fauna ou a flora, ou algum elemento patrimonial.
Como exemplo podemos citar uma recente prisão em flagrante de criminosos que em
um veículo furgão, vindos de outro estado, estavam aprisionando espécimes de animais
para serem contrabandeados. Já haviam capturado alguns pássaros quando foram
denunciados à polícia por um morador da área rural. Abordados os ladrões, e com
várias armadilhas apreendidas, os animais foram devolvidos à natureza e os
malfeitores presos e indiciados. Como se pode ver, esta é uma das mudanças de
comportamento da população nativa em consequência das diretrizes de implantação
do ecoturismo na Serra de Ibitipoca nos últimos 20 anos. Antigamente, antes do
turismo, a serra era muito freqüentada por caçadores e outros predadores que
coletavam plantas e animais raros para serem comercializados nos grandes
centros, e até no exterior. Isto hoje não aconteceria mais impunemente, pois em
Ibitipoca as leis ambientais são cumpridas, mais que em outros lugares, por ser
área próxima de uma Unidade de
Conservação - o que deveria acontecer em qualquer localidade, claro.
A Serra de Ibitipoca atualmente é uma “zona de refúgio” para
espécies que antes estavam em vias de extinção. É possível se encontrar onças
pardas, jaguatiricas, lobos guarás, macacos bugios, e várias espécies livres
das ameaças de caçadores, passeando pela serra solenemente com suas crias. A
Serra de ibitipoca é um exemplo de conservação da natureza, e seus habitantes
além de se orgulharem disto, também sabem que para que haja o ecoturismo é
necessária esta conservação de costumes e do meio ambiente.
O turismo sustentável pode e deve melhorar as relações entre
os homens e dos homens com a natureza. As relações
entre os que recebem visitantes e os hóspedes que são acolhidos, geram amizade,
respeito e recursos, que antes eram escassos.
A capacitação de mão de obra local também foi um dos temas
abordados na época da fundação da AMAI, e cursos correlatos foram ministrados
por instituições em parceria com a Associação. Hoje, em Ibitipoca, os filhos da serra escolhem se querem empreender em seus
próprios negócios, ou se querem trabalhar no comércio local, pois não faltam
empregos em Ibitipoca, ao contrário de outros lugares.
Muitos trabalhadores que saíram da serra nos anos anteriores
ao turismo, aprenderam em outras cidades ofícios como os de pedreiro,
carpinteiro, marceneiro, e de outras atividades da construção civil. Ao
perceberem a oportunidade de trabalho em sua terra
natal, voltaram para ibitipoca nos anos 90 quando já começavam as obras de
novas casas e pousadas. Aconteceu que foram se formando novos construtores
profissionais qualificados que hoje trabalham na edificação de novos
estabelecimentos, que muitas das vezes são os seus
próprios empreendimentos familiares. Se não fosse pelo advento do
turismo, estas famílias ibitipoquenses estariam residindo no caos das grandes
cidades, com grande possibilidade de estarem percebendo miseráveis salários ou
muito menores rendas do que agora ganham em sua terra natal.
Muitas teses são desenvolvidas em estudos de mestrados e
doutorados em que são aferidos impactos negativos do turismo em algumas
comunidades. De fato há muitos casos em que estes estudos confirmam tal realidade,
mas em Ibitipoca isto não se aplica. Alguns pesquisadores, talvez mediante
metodologia inadequada, se equivocam ao concluírem sobre essa negatividade em
relação ao turismo em Ibitipoca. Há que se apurar os dados com entrevistas
significativas e amostragens maiores, por exemplo, sem a ótica parcial
impregnada por “pré conceitos”.
Se foram transformados alguns valores antigos tradicionais,
ou se houve alguma perda em relação à cultura local, isto não é consequência do
turismo, e sim dos novos tempos em que a globalização dita padrões hegemônicos
que são reafirmados pelos meios de comunicação de massa. E assim, não seria
possível regredir no tempo, ou impedir que as novas
gerações entrassem em contato com outras realidades culturais, mesmo se não
houvesse turismo. Antes da internet, antes da televisão e do rádio ou
qualquer outra mídia, o direito de ir e vir sempre foi almejado por qualquer
ser humano, e o contato com diferentes modos de vida sempre aguça a curiosidade
em qualquer época.
O que se pode fazer para que seja conservada a cultura local
é, paralelamente ao global, se incentivar a produção artística também dos
eventos específicos do lugar, pois afinal, trata-se de mais um produto
turístico a ser apresentado ao púbico. Não há porque deixar de se enfatizar as manifestações folclóricas regionais, mas
seria purista, paternalista ou até mesmo hipócrita querer boicotar
manifestações globais e ecléticas como, por exemplo, o Ibitipoca Blues, Rock ou
Jazz, já que estes até já se tornaram outras tradições da Serra de ibitipoca desde
as últimas duas décadas. Ora, as tradições não são feitas mais obrigatoriamente
por séculos e séculos.
Muitas produções artísticas de qualidade são produzidas em
ibitipoca. Além dos eventos maiores citados acima, e que mobilizam toda a comunidade e seu comércio, outros mais
específicos e de cunho regional já foram desenvolvidos por produtores locais,
com programações de “raiz”, e com musicais caipiras autênticos, como por
exemplo no Festival Cultural da Serra, no ano de 2006 e em várias outras
ocasiões. E há as festas religiosas como a da padroeira, Nossa Senhora da
Conceição, em dezembro, e também a de N.S. Aparecida em outubro, dentre outras
festividades regionais.
Caberá aos produtores de eventos apresentarem projetos que
visem enfatizar e valorizar a cultura da região. Para isto há espaços públicos
na vila e também está sendo construído, por iniciativa particular, um teatro com capacidade para 800 pessoas que estará
aberto a produções de qualidade para a comunidade e seus turistas.
Mas nem com tudo isto que foi relatado acima, a vila de
Ibitipoca deixou ou deixará de ser a mesma vila que cativou sempre seus
visitantes, com a simplicidade e carisma de seu povo. Não
há quem não se encante com a boa prosa de seus personagens que contam “causos”
do presente e do passado. Cantadores, violeiros e sanfoneiros sempre existirão
em Ibitipoca. Aliás, uma qualidade natural dos mineiros da serra é, com
certeza, a musicalidade, haja vista a criação e manutenção da Escola Banda Lira de Conceição de Ibitipoca que há dez
anos vem formando os músicos que se apresentam em festividades locais e dos
arredores. Além disso há a banda de “forró pé de serra”,
de nome Espim de Cacto que anima as noites em bares e festas da vila,
sendo composta por artistas genuinamente ibitipoquenses. E músicos das cidades
vizinhas se apresentam em bares da vila nos fins de semana e feriados.
Ibitipoca, então é muito musical, sempre.
Não há porque haver considerações pseudointelectuais de que o
turismo fez mal a Ibitipoca. Os que pretendem convencer de que Ibitipoca sem o
turismo seria melhor, estão completamente sem conhecimento da realidade deste
lugar pitoresco e maravilhoso, ou então querem egoisticamente que ibitipoca
volte ao passado remoto, para que seja objeto esdrúxulo de estudo, talvez intitulado
“Ibitipoca: o povoado que parou no tempo”, para assim ornamentar suas retóricas
pseudocientíficas e impregnadas de ideologia.
Qualquer pessoa que vier a Ibitipoca poderá conferir com seus
diversos moradores se o advento do turismo foi
motivo de melhoria na qualidade de vida dos habitantes locais. É só perguntar! Experimente!!!!!
Esta explanação é apenas a opinião de um morador da Serra de Ibitipoca, baseada na observação dos
últimos 35 anos, apenas constatando simplesmente a realidade local, e não
tendo nenhuma pretensão de ser científica.
Meu nome é José Roberto Góes Baretta,
tenho 58 anos de idade e 36 anos de Ibitipoca.
Fui um daqueles primeiros turistas que se apaixonaram pelas pessoas a pela
natureza dessa serra mágica, decidindo nela me estabelecer trabalhando honestamente
e com muito prazer.
Abraço a todos.
Meus endereços:
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Produtos de Ibitipoca:
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BREVE RESUMO DE UMA PAIXÃO POR IBITIPOCA
Ibitipoca é dos lugares mais espetaculares de Minas Gerais-Brasil para se usufruir de vistas panorâmicas maravilhosas, puríssimo ar no clima temperado dessas montanhas, águas milagrosas, curativas e magicamente energéticas, com mais de 40 cachoeiras e piscinas naturais cristalinas, em meio a um colorido "lissérgico", que inspira a "meditações e êxtases" - sem que sejam necessários aditivos químicos para isso, rss.
Além do mais, Ibitipoca é servida por hotéis e pousadas das mais diversas, sendo várias delas em situações paradisíacas e com excelentes serviços - é só escolher bem ao perfil de cada um que visite a Serra de Ibitipoca, esse paraíso ecoturístico.
Para quem prefere a liberdade de horários, e maior privacidade, há também a opção de mais de 30 casas ou sítios para alugar com os amigos e a família - disque 32 8405-6243 ou 32 8460-5624 na CASA IBITIPOCA – Hospedagens e Informações.
Na vila de Ibitipoca, à noite sempre há bares e restaurantes abertos, com música ao vivo, e em algumas datas especiais apresentam-se festivais anuais de Jazz (em julho), outros de Rock (setembro), Blues(agosto) além de muitas festas regionais típicas da tradição mineira.
O Parque Estadual do Ibitipoca é uma das maiores biodiversidades do Brasil, reconhecida por 5 universidades federais, com 46 cachoeiras e 74 grutas mapeadas. A Serra de Ibitipoca é visitada por mais de 40.000 ecoturistas anualmente, vindos de cidades do Brasil e do Mundo, sendo que a grande maioria elogia, divulga e passa a frequentar.
Fui um desses, e gostei tanto que resolvi, há anos, ficar e viver neste paraíso, encontrando a felicidade plena que me faltava na grande cidade "maravilhosa" do Rio de “Já-neura”, onde nasci e vivi, até escolher Minas Gerais e Ibitipoca como residência.
Ah, como é bom Ibitipoca!
Sem medo de ser feliz, fazendo da vida o que sempre quis, meu nome é José Roberto Góes Baretta D’Ibitipoca - um convicto ex-carioca.
Foto: Cachoeira das Borboletas, em nosso sítio particular da "Reserva Ybitipocana"
ALÉM DE RESERVAS NATURAIS PARTICULARES,
O PARQUE ESTADUAL DO IBITIPOCA É O ATRATIVO PRINCIPAL DA SERRA,
COM MAIS DE 40 CACHOEIRAS, E GRUTAS ENTRE MATAS E CAMPOS DE ALTITUDE, COM MAIS DE 1700m:
UM ESPETÁCULO DA NATUREZA DAS MONTANHAS MINEIRAS!
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YBITIPOCA ARTCANAS & YBITIPOCANAS ARTESANAIS - Arte em Cachaças e Licores da Região da Serra de Ibitipoca - Coleções em Rótulos Fotográficos da Fauna, Flora, Monumentos e Paisagens de Ibitipoca e Minas Gerais - Reservas Especiais Personalizadas com seu nome ou marca para presentes e brindes de fim de ano. Encomendas: 32 84056243 - ibitipoca.info@gmail.com
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